Você está sempre na hora certa, com as pessoas certas e fazendo a coisa certa, esse é o seu presente, portanto você não deve nunca se limitar ao seu passado. É o seu passado que cria seus medos. Principalmente o medo do novo.

Esse medo está ligado ao receio de errar, de ter que lidar com opinião alheia. Mas a gente vai mesmo falar é de como o medo é algo racional, só devemos compreender o medo. Ainda porque temos que ter a certeza de que aquilo que você compreende, você domina.

Se você não conhece sobre o medo, não conseguirá dominá-lo. Medos todos nós temos e é um sentimento útil, devemos usá-lo a nosso favor. Às vezes com medo de perder a gente acaba com medo de ganhar. Precisamos pensar racionalmente sobre o medo.

Nós somos como uma máquina, como um computador e um celular. Temos um hardware, que são nossos ossos, músculos, dentes etc., mas também temos um software, que são os programas instalados na gente. Esses são nossas memórias.

Alguns desses programas são visíveis, como um aplicativo, outro não, como os que estão por trás do aplicativo, um monte de programas que fazem esse aplicativo funcionar e você não vê. E essas são aquelas memórias que não está logo na nossa mente.

Os “programas visíveis” são aquelas memórias que, por exemplo, se eu chegar para você e te perguntar seu endereço, você saberá exatamente. É como um programa acessível, seu endereço, sua idade e mais um monte de informações que a gente lembra logo de cara.

Agora se eu perguntar onde você estava no dia 30 de outubro de 2001 às sete horas da noite, então você terá que pensar no assunto e tentar acessar essa memória. É um programa que está lá, mas não está tão consciente assim.

A não ser que essa data seja uma data marcante, um aniversário ou um casamento, por exemplo. Que é como perguntar onde você estava no 11 de setembro, tudo mundo lembra desse momento. Então são coisas marcantes.

Por isso é bom a gente saber que existem memórias visíveis e invisíveis. As que são fáceis de serem lembradas e as que não são fáceis de serem lembradas.

Qual a origem do medo?

Os medos surgem das memórias conscientes e inconscientes, daquilo que a gente esquece que aconteceu com a gente. A gente lembra, mas não sabe exatamente o que aconteceu. Entretanto, muitas vezes a gente lembra exatamente, como em um acidente.

Eu, por exemplo, sofri um acidente de carro e fiquei durante dez anos com medo de dirigir. Minha mão suava, eu sentia taquicardia e não conseguia nem pensar na ideia de dirigir. Consegui acabar com esse medo através do conhecimento pessoal e nunca mais parei de apostar nisso.

O medo está relacionado a nosso cérebro racional, mas precisamos entender isso. Eu visualizei esse carro que eu dirigi, visualizei cada marcha, me vi no banco do carona olhando para mim mesma. Sai da concessionária dirigindo e fui dirigindo até em casa, nesse momento tive certeza que ninguém mais iria me segurar. Nenhum medo.

Uma mulher quando consegue vencer o medo dela, consegue qualquer coisa que quiser.

A importância dos medos

O medo é essencial na nossa vida, mas não é para te parar e sim para te preparar. Se você tem medo do novo é porque tem alguma memória triste, ou alguém que te falou alguma coisa. Ou pode ser o contrário.

Um medo invisível de uma mudança, do trabalho, da ruptura. Nós somos seres de cotidiano. Raramente o novo acontece no dia a dia e tem essa crença de que o novo vai te dar trabalho. Mas você não pode pensar isso.

O novo te traz benefícios. Com ele vem novas metas, novos propósitos, novos alcançáveis, tudo passa a ser uma novidade. Aquilo que você quer alcançar de novo na sua vida te rejuvenesce.

O que impede a gente são artifícios e desculpas para a gente se manter no mesmo lugar. Quanto mais a gente pensa nisso, mais a gente ainda vai lá e reclama de que nada acontece. É preciso quebrar esse ciclo, já que o cérebro humano é viciado em justificativas. Precisamos justificar nossos fracassos.

Mas se você não faz nada de novo, não tem como sua vida ser nova. O seu medo do novo, nada mais é do que o fruto das suas memórias. O seu passado é feito de memórias e suas memórias nem sempre são reais. Algumas são invenções de sua mente.

Como ressignificar medos e memórias

Quando você muda seu pensamento no momento presente, você muda seu passado. É como se fosse uma máquina do tempo.

Você passa a enxergar o passado de forma diferente. O passado são só memórias e você pode mudar elas. O nosso passado pode ser transformado, porque ele não é real, ele é construído.

Se você pegar quatro pessoas que viram um acidente e pedir suas memórias, serão quatro versões. Isso deixa claro que os acontecimentos impactam as pessoas de formas diferentes.

A gente se deixa impactar pelos pensamentos que temos dos eventos. Quando controlamos isso, tiramos proveitos dessas memórias a favor do nosso presente e do nosso futuro.

Eu poderia olhar para o falecimento da minha mãe e só enxergar os traumas e tristezas daquele momento, mas posso olhar para isso e agradecer pelos 42 anos de experiências que tive com ela. Isso muda completamente o acontecido.

Não podemos deixar a ideia de ser o que aconteceu. Não é o que te fizeram ou que não te fizeram, mas a história que você conta até hoje disso. É mais do que você enxergou, é o que você montou no seu presente com aquelas experiências.

Quando você muda a história que você conta, você muda o passado.

Não existe nenhum ser humano na face da terra que não passou por nenhum trauma. A vida é feita dessas rupturas. É preciso contar com o medo para te preparar para as novas possibilidades.

Vai de você escolher se continuará contando a mesma história ou vai começar a contar uma história diferente a partir de agora. Crie uma história diferente a partir de agora e crie a sua própria máquina do tempo.

Você tem o poder de mudar o seu passado, portanto pare de pegar seu passado e trazer para o seu futuro sem comandá-lo.